quinta-feira, 27 de agosto de 2009

“Deixei a disputa cedo demais!”, afirma Tathiana Bott, a 4ª descartada.

Por Leandro Rodrigues

Tathiana Bott é a atriz-jogadora mais experiente de Projeto Canastra. Formou-se em 2000 pelo Teatro Escola Célia Helena e, em 2005, concluiu o curso de Comunicação e Artes do Corpo, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC). Também apontada como a mais versátil e performática, Tathiana atualmente se especializa no Centro de Formação Profissional em Artes Circenses (CEFAC).

Por sete anos, integrou a Cia Elevador de Teatro Panorâmico, com a qual participou de diversos espetáculos, como “A Ilha Desconhecida”, “Peça de Elevador”, “Amor de Improviso” e “A Hora em que Não Sabíamos Nada Uns dos Outros”.

Apesar de ser uma das favoritas pelo público ao título de Ator-Canastra, segundo mostra pesquisa realizada na comunidade do Orkut, foi a quarta eliminada pela platéia. “Sem dúvida, deixei a disputa cedo demais! [...] Mas aprendi a lição, arrisquei demais com a cena 7 (de Paus)”, lamenta sobre o monólogo que mais lhe trouxe insegurança, fazendo a atriz modificá-lo pouco antes da apresentação, dando-lhe a oportunidade de tê-lo ensaiado apenas uma vez. “Como diz o Bernardo (Fonseca), ‘achei digno’ ser eliminada com uma cena que eu sabia que era frágil, e não com uma que eu gostava e me sentia segura”, justifica-se.

Em entrevista, fala de sua atual posição de co-jogadora, na platéia: “entendi que isso não me elimina da peça, apenas continuo atuando-jogando de uma maneira diferente, mas ainda sou parte dela”, mas confessa que observar os “buracos” deixados por ela no palco a entristeceram.

Tathiana diz torcer por dois atores-jogadores, mas se nega a revelar quais são. Logo mais, rasga elogios para Amanda Del Corso, indicando qual seria um deles: “Amandinha [...] você é muito autêntica, verdadeira, expressiva, talentosa, cativante e singular de um jeitinho todo especial”.

Fala ainda sobre a discussão acerca de o Projeto ser ou não uma crítica aos reality shows: “É um projeto muito diferente, inovador e vem chamando muito a atenção [...] Seja qual for a opinião de cada um, acho que é, no mínimo, muito emocionante!”.

Para os fãs da loira, ela entra em cartaz a partir de 05 de setembro no Teatro Shopping Frei Caneca, com o espetáculo infantil “Cocoricó, Uma Aventura no Teatro”, sábados às 16h e domingos às 11h e 16h, e adianta: “Aguardem a segunda temporada de Projeto Canastra, loguinho, loguinho... (risos). Muitas emoções, vamos embaralhar as cartas novamente!”.

Confira a entrevista com Tathiana Bott na íntegra:


Leandro Rodrigues: Na apresentação do dia 16, o Diretor-crupiê propôs ao público que, caso todas as cédulas fossem entregues em branco, nenhum ator-jogador seria eliminado. Ao final, você foi eleita para abandonar o espetáculo. Tendo em vista que parte da platéia deixou de votar, você acredita que foi prejudicada pela proposta?

Tathiana Bott: Acredito que sim. O público ficou bem confuso e sem dúvida nos deixou alarmados! Eu fiquei com esperança, pois estava com medo da votação, já que minha cena tinha sido uma das mais frágeis da noite. Também acho que a vontade de salvar todos não faltou, mas defender o ator-jogador favorito foi maior. Duas amigas minhas estavam na platéia e uma delas entregou a cédula em branco! São coisas do jogo.

LR: Aparentemente, o anúncio de sua eliminação foi o mais tenso, tanto para o público quanto para o elenco. Durante a semana, diversos espectadores manifestaram-se insatisfeitos e comovidos com a sua saída. A que se deve tudo isso? Você esperava por essas reações?

TB: Avalio que as minhas cenas nos dias anteriores foram boas, pois o público respondeu positivamente a todas elas. E, particularmente, também fiquei contente com o resultado, além de ter recebido elogios dos amigos e de outros atores do Canastra. Mas não esperava por essas reações. Fiquei muito feliz e confesso que foi o que me deixou menos chateada por ter sido descartada. Como diz o Bernardo, “achei digno” ser eliminada com uma cena que eu sabia que era frágil, e não com uma que eu gostava e me sentia segura.

LR: Suas cenas chamaram a atenção pela criatividade das composições. Seu monólogo para o texto Ás de Espadas, apresentado na véspera de sua eliminação (sábado, 15), foi um dos preferidos e mais comentados pela platéia. Podemos arriscar que você deixou a disputa cedo demais? O que você ainda tinha para mostrar ao público?

TB: Sem dúvida, deixei a disputa cedo demais! Eu ainda tinha cenas que eu queria muito apresentar, cenas com linguagens diferentes: divertidas, sem noção, sérias, poéticas... Mas aprendi a lição, arrisquei demais com a cena 7 (de Paus). Acho até que começou bem, mas depois fui me perdendo e ela escapou por minhas mãos (risos). No fundo, eu achava que jamais a sortearia. O jogo me mostrou que não basta ter talento, ser divertido, ter uma idéia boa, tem que ter sorte também.

LR: Em entrevista, a atriz-jogadora Jhennifer Peguin disse que, para vencer a disputa, “não adianta só ter talento, tem que ter torcida”. Você compartilha dessa idéia?

TB: No começo da disputa, quando éramos muitos, acredito que não, pois a torcida ficava diluída no todo. Mas depois, a cada espetáculo, começou a fazer mais diferença. Hoje acho que ela pode ser mais uma variável fundamental para vencer o jogo.

LR: Como foi para você a apresentação do dia 22 (sábado), a primeira vez em que você participou do espetáculo em outro ângulo, o de co-jogadora da platéia? Você votou ou anulou?

TB: Durante a semana refleti muito e cheguei à conclusão de que realmente são muitas as variáveis que definem o jogo, como em qualquer outro - quais as cartas do dia, os jogadores oponentes, suas estratégias, blefes etc – assim, esperava não ficar muito incomodada por não estar mais nele, e não fiquei mesmo. A princípio, ficar do lado de fora do teatro recebendo o público foi um pouco chato, mas depois entendi que isso não me elimina da peça, apenas continuo atuando-jogando de uma maneira diferente, mas ainda sou parte dela. Por isso me dei o direito de votar. Apenas fiquei observando todos os buracos que deixei: meu camarim vazio no palco, as fotos das cenas, marcações, a formação da palavra "canastra", e isso sim foi triste. Mas me diverti muito assistindo.

LR: Como é participar de Projeto Canastra, e o que ele representa em sua opinião?

TB: É uma loucura, um aprendizado constante, um treinamento para os nervos, uma ousadia e, sobretudo, uma diversão, quando entendemos que o que mais vale é estar lá, nos ajudar, torcer, vivenciar tudo intensamente e deixar o resto com a platéia. É um projeto muito diferente, inovador e vem chamando muito a atenção. Pode ser considerado uma crítica aos reality shows ou apenas uma apropriação e adaptação da idéia dela para os palcos. Seja qual for a opinião de cada um, acho que o projeto é, no mínimo, muito emocionante!

LR: O que você evitaria ou mudaria em sua participação e qual conselho ou dica você dá aos atores-jogadores ainda na disputa?

TB: Brincaria menos com a sorte! Teria todas as cenas bem ensaiadas, seguras e me agradando. Acho que isso muda muito a nossa maneira de entrar no palco e de lidar com a reação da platéia ou com possíveis erros, esquecimentos, intuições novas etc, assim a gente pode brincar mais. A dica: banquem suas cenas sempre! Pensem que a idéia é de vocês e que ela é boa!

LR: Qual ator-jogador é seu favorito ao título de Ator-Canastra e qual dos eliminados você gostaria que tivesse permanecido do jogo?

TB: Não tenho um favorito, mas torço por dois deles. Prefiro não dizer quais são, já que estamos muito perto da final. Quanto aos eliminados, acho que todos mereciam ficar mais, principalmente Camilo, Jhennifer e Rafael, pois é muito ruim ensaiar para se mostrar tão pouco. Mas me identifico com o Pira (Rafael Souza), que assim como eu, acredito que brincou com a sorte e foi eliminado cedo demais.

LR: Deixe uma mensagem para alguém em especial, e outra para o público.
TB: Nossa, gostaria de deixar um recadinho para cada um dos envolvidos no projeto, pois são todos muito especiais. Beijos em todos, vocês são preciosos! Mas tudo bem, vou me limitar a deixar um beijo em especial para a Amandinha (Amanda Del Corso), e dizer: você é muito autêntica, verdadeira, expressiva, talentosa, cativante e singular de um jeitinho todo especial. Arrase, boa sorte!

3 comentários:

  1. Tathi,
    Você é altamente digna! Extremamente fofa! E arrasa incrivelmente!
    Parabéns!

    ansioso para a próxima temporada... brincar mais com você ao meu lado!

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  2. caro diretor crupiê,
    por que não colocar todo mundo em cena no domingo (sem, é claro, interferir na disputa pelo título de canastra)?
    parabéns pela excelente idéia e ótima produção.
    quando será a próxima temporada?

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  3. Caro sr. Anônimo.

    Obrigado pelas suas considerações.
    Espero que o sr. esteja nos co-jogadores do público esse final de semana... tanto para ver o que acontecerá domingo... quanto para saber quando, como, onde e SE ocorrerá nossa segunda temporada....!

    Abraços Cordiais.

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